Dados para RH: como potencializar a gestão de pessoas com cultura data-driven
- Galena
- 30 de jul. de 2024
- 4 min de leitura
Na gestão de pessoas, o uso de análises de dados para RH pode ser chave para a retenção ou aquisição de talentos e melhora geral da qualidade das operações. Medir aspectos relacionados ao comportamento das pessoas e saber analisá-los, melhora o desempenho não só dos colaboradores como dos negócios. Por isso, metodologias estão sendo desenvolvidas para ajudar os departamentos de gestão de carreiras e RH com objetivo de fazer com que as tomadas de decisão sejam mais assertivas.
Quando cruzamos os dados das pessoas com os dados do negócio, temos o caminho para as respostas mais assertivas aos problemas que a empresa enfrenta, e esse tipo de resultado traz respostas surpreendentes. Os dados coletados são capazes de ajudar a pensar em como melhorar resultados da empresa, além de potencializar a qualidade de vida dos colaboradores, ajudando a desenvolver uma cultura data-driven.
Como os dados ajudam o RH?
Entender as necessidades dos colaboradores em relação ao desenvolvimento, bem como medir o impacto do investimento em educação continuada em performance, retenção, etc;
Analisar a necessidade futura da força de trabalho em diversos aspectos e recomendar caminhos de desenvolvimento;
Tomar melhores decisões de contratação, prevendo o sucesso do candidato;
Prevenir a rotatividade de colaboradores para impedir que talentos abandonem o emprego, trabalhando o Employer Branding;
Testar quais políticas são eficazes e quais não são;
Identificar e quantificar o risco de acidentes de trabalho;
Otimizar a experiência do colaborador;
Vincular as ações de RH aos resultados de negócios.
Curva de maturidade de dados
Apesar de ser muito importante para o negócio, a maioria das empresas ainda está em estágio bem inicial de maturidade em relação ao uso de dados no RH. Portanto, é importante entender que essa curva de maturidade precisa ser percorrida, coletando dados de forma confiável e estruturada.
Fase 1 - Perguntas Descritivas
Aqui, deve-se responder perguntas simples, como:
Quantos colaboradores estão buscando programas de formação dentro da empresa?
Quantos colaboradores finalizaram os treinamentos fornecidos pela empresa no último ano?
Como os colaboradores avaliam as estratégias de Desenvolvimento propostas pelo RH?
Fase 2 - Diagnóstico
Aqui, deve-se responder perguntas como:
Colaboradores que finalizaram os treinamentos estão performando melhor em suas funções?
Colaboradores que participam de programas de desenvolvimento em geral têm menor probabilidade de sair da empresa? Seja por demissão ou pedido de desligamento?
Os tópicos de treinamento demandados pelos colaboradores estão relacionados com os desafios do negócio?
Fase 3 - Preditiva
Nesse momento vamos começar a tentar prever os fatos. Por exemplo:
Identificar qual tipo de treinamento mais eficiente para aumentar a performance dos colaboradores em determinadas funções;
Prever quais treinamentos aumentam a chance de promoções dos colaboradores.
Fase 4 - Análise Prescritiva
Na última etapa, começam a utilização dos dados para recomendar ações, como:
Recomendar treinamentos efetivos para os colaboradores de acordo com seu perfil e planos de carreira;
Recomendar recursos diversos de formação para os colaboradores de acordo com seu estilo de aprendizagem, podcasts, livros, grupos de estudos;
Identificar novas habilidades importantes para o crescimento estratégico da empresa nos próximos anos e quais colaboradores seriam os mais adequados para desenvolvê-las de forma mais rápida;
Apoiar os colaboradores a escolher exatamente o tipo de formação mais adequada para os seus objetivos;

Qual metodologia o RH deve utilizar?
As formas tradicionais de análise de dados sobre pessoas mencionadas até aqui, o chamado, analisam apenas aspectos do indivíduo, isoladamente. Porém, as pessoas estão interagindo o tempo todo dentro do ambiente de trabalho. E essas interações têm um impacto direto nos resultados. Diante disso, passou a ser usada uma nova metodologia, chamada "relational analytics", que basicamente entende e mapeia essas trocas e interações entre os colaboradores.
Por exemplo, estudos mostram que vendedores, que se conectam com muitas pessoas dentro e fora da empresa, tendem a performar muito melhor em suas metas. Outras análises mostram que pessoas que possuem poucas conexões dentro do grupo de trabalho tendem a ter uma alta probabilidade de deixar a empresa.
Ao incorporar esse tipo de estudo em suas estratégias de análise de pessoas, as empresas podem identificar melhor os funcionários para ajudá-los a atingir seus objetivos.
Por exemplo, identificando colaboradores chaves dentro da rede de interações que podem disseminar ideias e fomentar a cultura data-driven para a empresa. Ou casos em que grupos estão trabalhando de forma muito isolada, esse tipo de análise pode ajudar os gestores a identificar pessoas mais propensas a conectar e ser o elo entre as áreas.
Uma das técnicas mais usadas nesse campo é conhecida como Organizational Network Analysis. Trata-se de um mapeamento das relações entre colaboradores que ocorrem dentro da empresa. Pode ser feito a partir de dados como troca de e-mails, mensagens (sem revelar o conteúdo, por questões de privacidade) ou através de pesquisas. Essa técnica permite entender melhor toda a dinâmica de conexões entre pessoas e como elas estão evoluindo. Quando a pessoa entra na empresa é de se esperar que tenha poucas conexões, mas ao longo do tempo ela vai se conectando mais com os outros colaboradores. Ajuda a identificar grupos isolados da empresa que podem prejudicar todo ecossistema e cultura organizacional.
As empresas da nova era já entenderam que precisam de uma estratégia focada em desenvolvimento de talentos. Esse é um passo essencial para empresas que querem disseminar uma cultura data-driven. Afinal, são as pessoas que movem os negócios e elas precisam e buscam estar se desenvolvendo o tempo todo não só pela motivação financeira, mas também pois se sentir útil e em constante progresso é essencial para todo ser humano.
Para saber mais sobre como trazer inteligência de dados para o RH e explorar todos esses benefícios em sua empresa, agende um papo com os especialistas da Galena!

Escrito por
Erica Rodrigues, cientista de dados